“Se você é jovem ainda, amanhã velho será. Ao menos que o coração sustente a juventude que nunca morrerá.” Já diria Chaves e a turma da Vila! Quédizê…
“A incrível história de Adaline” é um desses filmes deliciosamente doces, mas que não enjoam. Mas mais do que um filme honesto, com boas atuações e gostoso de se assistir, é no figurino e na direção de arte que o filme tem seus maiores trunfos.
O longa narra a história de Adaline Bowman (Blake “musa fashion” Lively), que nasceu no início do século XX e, aos 29 anos e viúva, sofre um acidente de carro e morre por alguns minutos. A descarga elétrica de um raio, porém, a faz reviver e, a partir daí, Adaline passa por uma transformação no qual, sem envelhecer, atravessa as décadas com a mesmíssima aparência.
O que para muitos, permanecer jovem seria mais do que um sonho, para Adaline é tido como maldição e constante sofrimento, pois, sem envelhecer, ela é obrigada a ver todas as pessoas que ama falecerem, não podendo nem mesmo aproveitar de perto o crescimento de sua filha, além de viver na clandestinidade – a cada década, a protagonista tem a necessidade de mudar de identidade, para que seu segredo não seja revelado.
A fotografia excepcional de David Lanzenberg captura toda a essência melancólica dos dilemas vividos por Adaline, como as cores frias e tristes dos ambientes que a envolvem e os enquadramentos mais fechados.
O figurino (assinado por Angus Strathie) retratou perfeitamente a personalidade da personagem principal. Nota-se logo de cara que Adaline é uma mulher simples e reservada, afinal ela cresceu nos anos de 1920. E apesar de ter vivido durante tantas décadas, essas características permanecem intactas e sua personalidade conservadora se traduz nas roupas. O estilo vintage é constante em todos os momentos da história, principalmente nas cenas que se passam nos anos atuais. Silhuetas clássicas, tons terrosos e penteados delicados constroem o visual da personagem.
Strathie explica que, como Adaline passou a maior parte da sua vida se escondendo do mundo, seu guarda-roupa não poderia ser muito extravagante. Por isso, optou por peças clássicas que se adaptam à época em que ela está inserida, mas que ainda assim trazem referências dos anos de 1920 e 1930. Os casacos e saias poderiam fazer parte de uma coleção vintage de alguma loja (e realmente o é, como o casaco e saia evasé em oliva e sweater em malha, usados pela personagem, por exemplo, fazem parte da coleção Gucci Pre-Fall 2013 ) ou serem apenas peças antigas que estariam no armário da personagem há anos.
*morreny na lindeza que é esse casaco!*
Uma “fantasia científica” e leve, que merece ser assistida. Perfeita para uma tarde de chuva.
XXXO, Sam.